sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rio+20: Amazônia Brasileira mostra união e entrega Pacto à ONU


Fonte: SDS

A iniciativa do Governo do Amazonas para a elaboração de um documento que representasse os povos amazônidas ganhou força e se concretizou na última quinta-feira, dia 21, na Conferência Rio+20. A "Carta da Amazônia", agora transformada em "Pacto da Amazônia", foi entregue ao Diretor-Executivo da ONU para a Rio+20, Brice Lalonde, pelo governador do Amapá, Camilo Capiberibe, e provou que a Amazônia Brasileira se uniu e tem voz para ocupar seu espaço nas negociações da Conferência.

A solenidade de entrega aconteceu durante o evento paralelo oficial da ONU: "Construindo juntos o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia", realizado no Rio Centro. O ápice ocorreu durante o pronunciamento de Lalonde, quando este afirmou que o "documento será consultado para as negociações que ainda estão em curso".

Amazonas

A Secretária de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Nádia Ferreira, apresentou o evento, que reuniu governadores dos Estados da Amazônia Legal, senadores, deputados, federais, os nove secretários de meio ambiente da Amazônia Legal, além da Ministra das Relações Internacionais, Ideli Salvatti, que recebeu o documento das mãos do governador de Roraima, José Anchieta Júnior.

"O Pacto não é apenas para mostrar a voz da Amazônia, mas apresentar propostas e mostrar para o Brasil e o mundo, que nós somos uma região estratégica, oferecemos serviços ambientais ao planeta, e também, que ali moram 25 milhões de pessoas, que precisam de mais educação para a transformação", declarou a titular da SDS, Nádia Ferreira.

Nádia ressalta que pela primeira vez os Estados da Amazônia Brasileira estiveram juntos e se orgulha de fazer parte do Governo que incentivou esse trabalho. "Construímos uma Carta que se transformou em Pacto com propostas e metas de curto, médio e longo prazo. Metas que envolvem questões de Regularização Fundiária e, principalmente, ao desenvolvimento de planos setoriais para mitigar as emissões na Amazônia, um conjunto de propostas sinalizadas e o mais importante, para o bem da sociedade civil. Sentimos-nos honrados de estar aqui cumprindo um compromisso com a sociedade da Amazônia Brasileira.", disse a secretária.

Ela explica, ainda, que o principal desafio foi fazer a mobilização, pois na sua avaliação, os processos participativos não estão tão próximos da sociedade, e lembra os próximos passos. "Mais do que ter o Pacto, o importante agora é nós agirmos para tirar todas essas propostas do papel. O primeiro trabalho que temos pela frente é a meta de que o Governo Federal implemente o Conselho de Desenvolvimento Sustentável para a Amazônia".

Nádia afirma que a Amazônia não quer ter apenas bons indicadores do seu patrimônio natural, pois na região moram pessoas, e a voz da Amazônia, precisa ter bons indicadores sociais. "Nós precisamos reduzir as desigualdades em nosso país, e isso está bem claro no Pacto da Amazônia", disse.

Ação coletiva

O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, ressaltou na entrega da Carta ao representante da ONU que o documento representa a voz das populações que não tem oportunidade de dialogar com a ONU e o compromisso dos líderes da região. "O Pacto da Amazônia reflete o discurso de ação coletiva entre os governadores".

Organizações Não Governamentais

O documento que levou três meses para elaboração agradou aos representantes das organizações não governamentais, um dos grupos majoritários reconhecidos pela ONU, que fez parte do processo.

"Consideramos o processo de discussão sobre as expectativas e demandas dos diferentes setores participantes, bastante válido, construtivo e rico. Ao tornar-se Pacto, entendemos que os compromissos assumidos tornam-se muito mais significativos e exigirá de todos um comprometimento mais efetivo e concreto para caminharmos em direção aos resultados e metas que assumimos. Para tanto, precisamos uma base política, ousadia e integração entre todos os grup0os nele representados", declarou Mariana Pavan, do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), que se pronunciou durante o evento.

Inclusão

A ministra das Relações Internacionais, Ideli Salvatti, declarou que o documento é fundamental para a inclusão da Amazônia Brasileira nas principais agendas ambientais. “Todos os pontos que estão contidos nessa Carta são fundamentais para que possamos lutar pela dignidade e inclusão das pessoas que vivem na Amazônia”.

Foto: SDS

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