quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Macacos-de-cheiro são resgatados na Reserva Mamirauá no Amazonas

Fonte: portalamazonia.com

Os pesquisadores do Instituto Mamirauá e da Universidade Federal do Pará resgataram 20 macacos-de-cheiro, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “É a primeira captura de primatas deste gênero em vida livre na Amazônia”, afirmou a bióloga Fernanda Paim, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Ecologia de Vertebrados Terrestres do Instituto Mamirauá.
As informações obtidas com as capturas vão gerar relatórios sobre a biologia da reprodução dos macacos-de-cheiro. Os dados  serão utilizados para a criação de técnicas para a conservação da espécie, que se encontra em risco de perda de habitat, e, consequente, diminuição de sua distribuição geográfica, em decorrência das mudanças climáticas globais.
 ”A alteração no regime de chuvas e no pulso de alagamento de alguns rios da Amazônia pode causar, em alguns pontos, uma redução das extensões de várzea. Se isso realmente acontecer, algumas espécies que são endêmicas de várzea podem estar correndo sério risco, pois não terão mais disponível um ambiente ao qual elas estão adaptadas”, disse o biólogo Helder Queiroz, diretor geral do Instituto Mamirauá.
Uma das espécies de macaco-de-cheiro capturadas, Saimiri vanzolinii, apresenta a menor distribuição dentre os primatas neotropicais, com apenas 870 km². Por isso, os pesquisadores irão coletar e congelar células reprodutivas da espécie. “O projeto também prevê o estudo de alternativas para realização da fertilização in-vitro (fecundação de óvulos por espermatozoides em laboratório) e a transferência de embrião para mães de aluguel”, afirmou Helder.

Animais
Os animais capturados foram anestesiados para coleta de material genético (sangue e pelo) e biometria. Foram liberados assim que os veterinários constatavam que estavam totalmente recuperados dos procedimentos. A análise desse material fornecerá informações sobre a genética das populações de macacos-de-cheiro da Reserva Mamirauá.
“Saimiri vanzolinii é uma espécie endêmica, com distribuição muito pequena e sobreposta em alguns pontos com a da espécie vizinha (macaco-de-cheiro-comum). A análise poderá confirmar a existência de híbridos em vida livre e contribuir para a formulação de novas estratégias de conservação”, afirmou Fernanda.

Foto: Divulgação/Reserva Mamirauá

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