sexta-feira, 20 de julho de 2012

Pesquisa transforma ouriço da castanha-do-Brasil em carvão no Amapá

Fonte: SDS

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no Amapá (Embrapa/AP) apresentou o projeto de aproveitamento dos ouriços de castanha-do-brasil na produção de carvão. A pesquisa foi iniciada em maio deste ano e tem prazo de dois anos para ser concluída.

A pesquisa é coordenada pelo pesquisador Marcelo Paulo Veras de Paiva. Implantada inicialmente na Reserva Extrativista do Rio Cajari, localizada no município de Laranjal do Jari, sul do Amapá, ela utiliza uma técnica de carbonização parcial das cascas de castanha, em formo de alvenaria e tambores metálicos e caieiras abertas nos locais de ajuntamento de ouriços, para a produção do carvão.

“Durante a pesquisa, serão instalados experimentos para avaliar o potencial do carvão de ouriços para uso energético e melhoria da fertilidade do solo”, explicou o chefe adjunto de pesquisa da Embrapa/AP, Nagib Melem.

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O ouriço de castanha provém de madeira que tem características propícias a produzir carvão com alto poder calorífico e que emitem pouca fumaça. Além disso, o carvão de ouriço é produzido a partir de um resíduo florestal, o que evita o corte de árvores. Outra parte da pesquisa vai avaliar ainda o uso do carvão de ouriços no melhoramento dos solos em práticas agrícolas.

O uso do carvão no solo é inspirado no conhecimento sobre as terras preta de índio, que são solos férteis resultantes de antigos assentamentos indígenas. Por enquanto os pesquisadores ainda não sabem como os índios criaram um dos solos mais férteis do mundo em regiões originalmente com os solos mais pobres em nutrientes. Mas sabe-se, no entanto, que o carvão está presente em grande quantidade em terras pretas de índio, com papel ativo na retenção nutriente e no sequestro de carbono no solo.

Foto: Marcelino Guedes.

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