sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ibama se prepara para período crítico de incêndios florestais em Roraima

Fonte: portalamazonia.com.br

Roraima se aproxima agora do período crítico de temporada de incêndios florestais, que deve se estender até abril de 2013. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em geral, os casos estão relacionados com a ocorrência do fenômeno El Niño, como em 1998, 2002, 2005, 2007 e 2010.

O Estado é considerado ‘emblemático’ pelo Ibama devido à temporada diferenciada e à ocorrência de alguns dos maiores incêndios da história do Brasil. Entre quarta-feira (28) e quinta-feira (29), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 26 focos de queimadas no território de Rondônia.

A maior concentração de incêndios florestais no Estado, nas últimas 48 horas, está no município de Bonfim. A cidade registra 13 focos de calor. Em seguida há casos em Rorainópolis (com quatro registros de queimadas), Amajari (3), Uiramutã (2), Normandia (2), Pacaraima (1) e Cantá (1).

Para evitar que anos críticos de seca se convertam também em grandes incêndios florestais, o Ibama coloca as operações de prevenção e combate novamente sob a coordenação do Centro Especializado Prevfogo. Os trabalhos devem envolver a implementação do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman), atividades de educação ambiental, prevenção, fiscalização, autorização de queima controlada, pré-supressão e combate dos incêndios florestais.

Servidores, veículos, equipamentos diversos e um helicóptero já estão sendo enviados, antes mesmo de os incêndios começarem, para se somarem aos 150 brigadistas contratados pelo Prevfogo nos municípios críticos de Amajari, Mucajaí, Cantá, Iracema e Pacaraima.

A expectativa é que o trabalho integrado do Prevfogo/Ibama com os demais órgãos federais evite a ocorrência de grandes incêndios nas terras indígenas e unidades de conservação, além de auxiliar o governo estadual e as prefeituras no controle do fogo nas áreas de sua competência.

Foto: Reprodução/SP

Acre é pioneiro em desenvolvimento com bom uso da floresta

Fonte: d24am

A revista The Economist publicou uma reportagem analisando o novo “boom” da borracha no Brasil e apontando o Acre como região pioneira na condução de um modelo de desenvolvimento que faz bom uso da floresta, cujo desmatamento foi “significativamente estancado”.

Ainda, o semanário observa que, diferentemente dos surtos anteriores da borracha, que não só agrediram o meio ambiente como fizeram uso intensivo de trabalho “quase escravo”, “desta vez os seringueiros estão tentando escrever o roteiro”.

Os governadores que administram o Acre desde 1999, observa a revista, “ajudaram extrativistas a formar cooperativas, diversificar a produção e buscar novos mercados”.

“Nós não precisamos desmatar mais a floresta. Mas não temos medo de aproveitar em favor do desenvolvimento as áreas que já foram devastadas”, disse à revista o governador do Acre, Tião Viana (PT).

A reportagem destaca o caso da fabricante de preservativos Natex, que compra sua matéria-prima de 700 famílias de seringueiros da região. A empresa paga um preço acima do mercado e ganha um subsídio do governo por proteger a floresta. Ainda, o governo federal compra toda a produção da companhia, de 100 milhões de preservativos por ano, para o programa de prevenção à Aids.

Outro caso citado é o das 32 famílias de seringueiros que usam uma técnica desenvolvida pela Universidade de Brasília para processa o látex. Com isso, elas conseguem estocar a matéria-prima e transportá-la com mais facilidade, o que lhes permite cobrar “um preço muito mais alto” pelo produto.

“Por mais de uma década a taxa de crescimento econômico do Acre tem sido maior do que a média brasileira. Suas escolas e serviços de saúde melhoraram, e a pobreza e o analfabetismo caíram, muito mais do que a média, também”, diz a revista. O desafio, agora, na opinião do semanário, está no fato de que “aumentar as políticas de desenvolvimento sustentável paternalista na região vai ser difícil, além de caro”.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Desmatamento na Amazônia Legal é o menor já registrado, diz governo

Fonte: portalamazonia.com

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou na última terça-feira (27), que a Amazônia Legal (área que engloba os estados que possuem vegetação amazônica – todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão) registrou o menor índice de desmatamento desde que foram iniciadas as medições, em 1988, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com dados do sistema conhecido como Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), entre agosto de 2011 e julho de 2012 houve o desmatamento de 4.656 km² de floresta, área equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade São Paulo.

O índice é 27% menor que o total registrado no período entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988. “Arrisco a dizer que foi a única notícia ambiental positiva que o planeta teve esse ano”, disse a ministra.

Segundo o governo, a margem de erro da estimativa é de 10% e os dados finais do levantamento devem ser divulgados no próximo ano.

Os dados do Prodes consolidam informações coletadas ao longo de um ano por satélites capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso.

Desmatamento por estados

Dados do Inpe apontam que no período avaliado, o Pará foi o estado que mais desmatou a Amazônia. Em um ano, foi responsável por devastar mais de um terço da área desmatada registrada pelo sistema Prodes (1.699 km²).

Apesar do Pará ainda liderar o desmate do bioma, Izabella Teixeira afirmou que houve uma queda significativa na degradação registrada na região. “O desmatamento caiu 44% em relação ao ano passado, o que nos deixa muito feliz. E a tendência é cair ainda mais”.

Mato Grosso foi o segundo estado que mais devastou a floresta (777 km²), seguido de Rondônia (761 km²), Amazonas (646 km²), Acre (308 km²) e Maranhão (267 km²). Completam a lista Roraima (114 km²), Tocantins (53 km²) e Amapá (31 km²).

Fiscalização eletrônica

O governo anunciou ainda que a partir do próximo ano o Ministério do Meio Ambiente vai utilizar um sistema eletrônico para autos de infração, que será ligado a um banco de dados central. Segundo a ministra, a fiscalização, que deverá ser feita pelo Ibama, vai ser utilizada em todo o Brasil.

O sistema poderá ser utilizado para controle ambiental, combate a incêndios, licenciamento ambiental, além do Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado a partir do novo Código Florestal, e que concentra dados de todos os imóveis rurais do país, a partir de imagens de satélite.

O objetivo do novo sistema é evitar erros, que anulavam processos de infrações. Ele custará R$ 15,7 milhões e passará a ser utilizado a partir de janeiro de 2013. “Esperamos assim, coibir o crime ambiental de uma vez por todas”, disse a ministra.

As informações foram divulgadas em coletiva realizada em Brasília, que contou ainda com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e o diretor do Inpe, Leonel Pedondi.

Foto: O Globo

Macacos-de-cheiro são resgatados na Reserva Mamirauá no Amazonas

Fonte: portalamazonia.com

Os pesquisadores do Instituto Mamirauá e da Universidade Federal do Pará resgataram 20 macacos-de-cheiro, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “É a primeira captura de primatas deste gênero em vida livre na Amazônia”, afirmou a bióloga Fernanda Paim, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Ecologia de Vertebrados Terrestres do Instituto Mamirauá.
As informações obtidas com as capturas vão gerar relatórios sobre a biologia da reprodução dos macacos-de-cheiro. Os dados  serão utilizados para a criação de técnicas para a conservação da espécie, que se encontra em risco de perda de habitat, e, consequente, diminuição de sua distribuição geográfica, em decorrência das mudanças climáticas globais.
 ”A alteração no regime de chuvas e no pulso de alagamento de alguns rios da Amazônia pode causar, em alguns pontos, uma redução das extensões de várzea. Se isso realmente acontecer, algumas espécies que são endêmicas de várzea podem estar correndo sério risco, pois não terão mais disponível um ambiente ao qual elas estão adaptadas”, disse o biólogo Helder Queiroz, diretor geral do Instituto Mamirauá.
Uma das espécies de macaco-de-cheiro capturadas, Saimiri vanzolinii, apresenta a menor distribuição dentre os primatas neotropicais, com apenas 870 km². Por isso, os pesquisadores irão coletar e congelar células reprodutivas da espécie. “O projeto também prevê o estudo de alternativas para realização da fertilização in-vitro (fecundação de óvulos por espermatozoides em laboratório) e a transferência de embrião para mães de aluguel”, afirmou Helder.

Animais
Os animais capturados foram anestesiados para coleta de material genético (sangue e pelo) e biometria. Foram liberados assim que os veterinários constatavam que estavam totalmente recuperados dos procedimentos. A análise desse material fornecerá informações sobre a genética das populações de macacos-de-cheiro da Reserva Mamirauá.
“Saimiri vanzolinii é uma espécie endêmica, com distribuição muito pequena e sobreposta em alguns pontos com a da espécie vizinha (macaco-de-cheiro-comum). A análise poderá confirmar a existência de híbridos em vida livre e contribuir para a formulação de novas estratégias de conservação”, afirmou Fernanda.

Foto: Divulgação/Reserva Mamirauá

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MPF discute em Manaus terra e saúde indígena na Amazônia

Fonte: portalamazonia.com

O Ministério Público Federal (MPF) realiza nessa segunda e terça-feira (19 e 20) o II Encontro Regional, da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão (6ª CCR), que tem como tema: “Terra e saúde indígena na região da Amazônia Legal”.  O evento vai ocorrer no hotel Blue Tree Premium, em Manaus.

O evento contará com a participação de procuradores da República e servidores do MPF de vários estados do país, que atuam em questões relativas a populações indígenas e comunidades tradicionais.  Também estará presente a vice-procuradora-geral da República e coordenadora da 6ª CCR, Deborah Duprat.

A metodologia utilizada para as discussões acerca do assunto abordado durante o encontro será a formação de quatro grupos de trabalho, com os temas “Saúde nas aldeias”, “Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS)”, “Saúde nas Casas de Saúde Indígena (Casais)” e “Terras e Fundação Nacional do Índio (Funai)”. A análise dos tópicos possibilitará a elaboração de propostas de atuação institucional sobre cada uma das temáticas.

Representando o Amazonas, participarão do evento os procuradores da República Julio José Araujo Junior, membro da Procuradoria da República no Amazonas (PR/AM), Daniella Mendes Daud e Patrick Menezes Colares, membros da Procuradoria da República no Município de Tefé (PRM/Tefé) e Marco Antônio Ghannage Barbosa, membro da Procuradoria da República no Município de Tabatinga (PRM/Tabatinga).

A segunda edição do encontro a ser realizado em Manaus é organizada pela 6ª Câmara de Coordenação e Revisão, órgão setorial do MPF de coordenação, integração e revisão do exercício funcional dos procuradores da República, nos temas relativos aos povos indígenas e outras minorias étnicas.

A programação do evento tem início às 9h do dia 19, com a abertura oficial, e segue com a discussão nos grupos de trabalho até o final da tarde de segunda-feira. Na terça-feira (20), a manhã é dedicada ao encerramento do trabalho nos grupos e a tarde, às 14h, será realizada plenária sobre o resultado do encontro, que será consolidado em uma carta assinada pelos participantes, e definição de encaminhamentos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro terá R$ 23 mi até 2017

Fonte: acritica.com

Moradores de 19 comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro devem ser beneficiados com aproximadamente R$ 23 milhões até 2017. O valor será aplicado em programas de apoio à geração de renda e preservação da floresta na RDS do Rio Negro, por meio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS). O valor corresponde a doações feitas pela empresa Coca-Cola Brasil que na segunda-feira (12), destinou mais R$ 2,5 milhões à FAS.

O valor doado é para ser aplicado na RDS do Rio Negro, principalmente pelo fato da área sofrer grande pressão de desmatamento.

O anúncio de ampliação de parceria entre a Coca-Cola e a FAS ocorreu na tarde de ontem, na sede da fundação, no bairro Parque Dez, Zona Centro-Sul. Para a Coca-Cola, a nova doação reforça o compromisso com as comunidades ribeirinhas e com o desenvolvimento ambiental da região amazônica. O dinheiro será aplicado na reserva e também terá destaque no fomento da geração de renda para as pessoas que residem nas comunidades da reserva. Segundo a FAS, o estímulo à geração de renda é um dos mecanismos para contribuir com a preservação da área.

A Coca-Cola e a FAS são parceiras desde 2009 quando a empresa de bebidas doou R$ 20 milhões e juntou-se ao grupo de mantenedores da fundação. Além da empresa, a fundação tem como parceiros o Governo do Estado do Amazonas e o banco Bradesco.

No primeiro ano de parceria, o valor doado pela Coca-Cola foi aplicado no Bolsa Floresta, primeiro programa brasileiro de pagamento de serviços ambientais feito para as comunidades que residem nas unidades de conservação do Amazonas. O programa visa a redução do desmatamento e a melhoria da qualidade de vida das populações que vivem na floresta. A primeira e a última doação foram aplicadas em um fundo permanente que beneficia aproximadamente duas mil famílias nos quatro eixos do programa: associação, social, familiar e renda.

De acordo com o superintendente da FAS, Virgílio Viana, a parceria com a Coca-Cola é fundamental para fomentar a preservação da RDS do Rio Negro porque oferece estrutura para as famílias não degradarem a floresta. Elas são diretamente beneficiadas. Viana considera a aliança estratégica para a implantação de projetos que visam a melhoria da qualidade de famílias que vivem nas comunidades de reservas sustentáveis.

Foto: Odair Leal

Ipaam inicia campanha “Pescador Fique Legal”

 Fonte:Agecom

O Governo do Estado, por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), começa nesta quarta-feira (14) as ações educativas da campanha "Pescador Fique Legal" na orla da Manaus Moderna, Feira da Panair e Ceasa, em Manaus. A iniciativa, que vai percorrer todo o Estado, tem o objetivo de orientar pescadores e comerciantes a cumprirem o período de defeso do Matrinxã, Pirapitinga, Sardinha, Pacu, Aruanã e Mapará, espécies cuja pesca será proibida a partir da quinta-feira (15).

As seis espécies passam a ter a captura, transporte, comercialização e beneficiamento proibidos por lei até 15 de março de 2013 em toda a bacia hidrográfica do Amazonas. O período do defeso é estabelecido mediante pesquisas científicas e compreende a fase de reprodução das espécies, momento no qual a pesca é extremamente prejudicial. A punição para quem descumprir o período é baseada na lei de crimes ambientais, com penalidades que vão desde advertência até a aplicação de multas.

Segundo o presidente do Ipaam, Antônio Stroski, a fiscalização foi aprimorada nos últimos anos com o envolvimento das comunidades e colônias de pescadores, principalmente, através de acordos de pesca firmados. Este ano, a informatização de todo o processo dará mais dinamismo ao trabalho, que é realizado em parceria com o Batalhão Ambiental, o Ibama e órgãos ambientais de meio ambiente ligados às prefeituras municipais.

"O que a gente quer é preservar o nosso estoque pesqueiro e a capacidade de reprodução. As pessoas precisam cumprir rigorosamente esse período que está sendo indicado. A gente quer antes mesmo é fazer a campanha educativa, antes de qualquer ação punitiva", frisou.

Mais de dez mil folhetos, cinco mil cartazes, além de faixas e painéis foram produzidos pela coordenação do "Pescador Fique Legal" para distribuição em todo o Estado. A campanha ocorre durante todo o período do defeso. As abordagens ocorrerão nos centros de abastecimento de peixes, mercados, feiras, terminais pesqueiros e demais locais utilizados para o escoamento do produto.

"A campanha vai atuar com orientação. Educação das pessoas para cumprir o calendário de pesca do nosso Estado. O Ipaam conta necessariamente com vários parceiros, até porque temos uma área enorme do Estado a cumprir, e muita gente precisa de informação para não cometer ilícitos ambientais", disse Stroski.

Foto: Alfredo Fernandes












sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Energia solar transforma a realidade de ribeirinhos do AM



Fonte: acritica.com


Cinquenta e oito pessoas de 17 famílias ribeirinhas que moram na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do rio Negro, a 25 quilômetros de Manaus, passaram a ter energia elétrica 24 horas por dia.

Há mais de dez anos, moradores das comunidades Tumbira e Santa Helena na RDS Rio Negro tinham apenas quatro horas diárias de energia elétrica fornecidas por um gerador movido a diesel. O equipamento consumia, em média, 1,2 mil litros de combustível e jogava 1,3 toneladas de dióxido de carbono (CO2) no ar, poluindo o meio ambiente.

Há cinco meses, a comunidade ‘ganhou’ um projeto inovador de energia limpa gerada por meio de placas solares com um sistema automático que armazena energia em baterias autorecarregáveis que adaptam a tensão para o consumo residencial. O programa foi implantado pela empresa internacional Schneider Electric, especialista em geração de energia, em parceira com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

Além de sistema anterior de energia ser prejudicial ao meio ambiente, a rede elétrica que existia na comunidade também era precária e oferecia risco de curto-circuito e incêndios. A empresa Schneider doou todos os equipamentos para substituir o que existente no local. Dois moradores foram capacitados com o curso de instalador elétrico residencial para usar o conhecimento adquirido em Manaus, na própria reserva.

O serviço de troca envolveu desde o interruptor, lâmpadas e fiação até os postes de iluminação pública. A substituição dos equipamentos gerou uma economia de 1,5 mil waltts de energia que é revertida para o consumo das residências. “Antes dependíamos de um eletricista que vinha de Manaus. Hoje nós mesmos fazemos o serviço, com padrão de qualidade”, disse Marcos Renato Garrido, 19, um dos dois eletricistas recém-certificados da comunidade.

Outra realidade

A implantação da energia limpa mudou a realidade da reserva. Os moradores não tinham como armazenar alimentos em geladeiras ou freezers ou usar aparelhos eletrônicos. Água gelada era obtida apenas durante algumas horas. Hoje, os moradores se orgulham de atos comuns para quem mora na cidade: acionar um interruptor, assistir televisão ou ligar um ventilador.

A mudança também levou um número maior de visitantes para a comunidade Tumbira, que sobrevive do turismo sustentável. O único comércio do local passou a vender mais, principalmente com a comercialização de bebidas geladas.

Para o presidente da Schneider Electric do Brasil, Tânia Consentino, o projeto prova que é possível, com os parceiros certos, transformar uma ideia em um projeto prático que pode ser executado em pouco tempo. O presidente da comunidade Tumbira, Roberto Brito Mendonça, diz que a iniciativa melhorou a qualidade de vida das pessoas que vivem na comunidade. “Nossas vidas foram transformadas nos últimos cinco meses. Isso mostra que é possível ter energia limpa e renovável sem desmatar a floresta”, disse.

Segundo o superintendente da FAS, Virgílio Viana, o projeto é um a realidade e está em funcionamento pleno sem apresentar nenhum problema. Ele explica que muitas comunidades no Amazonas ainda não têm energia elétrica e o projeto desenvolvido na RDS rio Negro pode ser aproveitado pelo Governo do Estado e pela Eletrobras Amazonas Energia em outros locais.

Foto: Euzivaldo Queiroz

Campanha Pescador Fique Legal distribui material sobre Defeso

Fonte: d24am.com


A partir segunda-feira (12), a partir das 14h, a quinta edição da Campanha Pescador Fique Legal fará a distribuição de material informativo da Campanha para os representantes de 20 instituições que assinam com Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) sobre a conscientização sobre a importância do Defeso.

O Defeso é o período estabelecido por lei para a proibição de pesca, transporte, comercialização, armazenamento e beneficiamento de espécies que estão em período de reprodução para evitar a extinção da espécie e assegurar a oferta do recurso pesqueiro, um dos principais alimentos do povo amazônico e potencial mercado econômico.

Além do recebimento do material informativo, os participantes farão os últimos ajustes na parte operacional da Campanha prevista para ser deflagrada na terça-feira (13) e quarta-feira (14) em Manaus.

O material informativo de apoio ao evento compreende 10 mil folhetos com a menção de todos os normativos que regulam a pesca no Amazonas e com a indicação dos períodos de pesca proibida referente a cada espécie protegida pelo Defeso. Ainda foram produzidos cinco mil cartazes, faixas e painéis que serão utilizados nas áreas de abordagens como os centros de abastecimento - mercados e feiras públicas, locais de venda de pescado, terminal pesqueiro - e outros locais estratégicos de escoamento do produto.

Espécies em Defeso

No próximo dia 15, conforme Portaria Ibama 48/2007, passam a compor o Defeso no Estado a pirapitinga, mapará, sardinha, pacu, aruanã e matrinxã, permanecendo com a pesca proibida até 15 de março de 2013.

O Tambaqui tem o defeso regulado pela Instrução Normativa 35/2005 do Ministério do Meio Ambiente. Para esta espécie, a proibição de captura, transporte, armazenagem e beneficiamento já começou no dia 1º de outubro e só termina em 31 de março do próximo ano.

Quanto ao pirarucu, seu defeso é durante todo o ano, conforme duas Instruções Normativas (IN) do Ibama. A IN 34/2004 define a proibição para o período de 1º de dezembro a 31 de maio e a IN 1/2005 que acrescenta a proibição nos outros meses desse intervalo, de 1º de junho a 30 de novembro.

A gerente de Controle de Pesca do Ipaam, Nonata Lopes, esclarece que a comercialização do pirarucu, durante todo o ano, só pode ocorrer com os indivíduos oriundos de manejo de pesca ou criação em cativeiro. “Seria muito bom que os consumidores pedissem ao vendedor a comprovação da origem do pirarucu na hora de comprá-lo e que também o comerciante só adquirisse o produto de forma legal. Nisso reside o verdadeiro sentimento de preservação da espécie”, comentou a gerente que está à frente da coordenação da Campanha Pescador Fique Legal de 2012.

A gerente lembra que para o período do Defeso o pescador tem o seguro defeso como uma compensação financeira pelas espécies que não pode comercializar e a alternativa de oferecer outras espécies livres de captura e comercialização para o mercado consumidor.

Parceiros

Os parceiros da edição 2012 da Campanha Pescador Fique Legal são: Superintendência Regional do IBAMA, SDS/Centro Estadual de Unidades de Conservação(Ceuc), Secretaria Executiva de Pesca e Aqüicultura (Sepror/Sepa), Amazonastur, Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Batalhão Ambiental, Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento de Manaus (Sempab), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Associação dos Municípios do Estado do Amazonas (AMA), Associação dos Pescadores Esportivos do Amazonas, Sindicato dos Armadores, Pescadores e Proprietários de Barcos de Pesca do Amazonas, Federação das Associações dos Pescadores do Amazonas e  as Colônias de  Pescadores do Estado do Amazonas e Feira do Peixe.

sábado, 3 de novembro de 2012

Museu da Amazônia abre exposições no Jardim Botânico Adolpho Ducke, em Manaus

Fonte: d24am.com

 Duas exposições estão sendo preparadas pelo Museu da Amazônia (Musa) para serem inauguradas no mês de novembro, no Jardim Botânico Adolpho Ducke, zona norte de Manaus. A primeira, Sapos, Peixes e Musgos – a vida entre a terra e a água na Reserva Ducke - já no próximo dia 6 (terça-feira), às 16h; e, a outra, Peixe e Gente, que, embora seja inaugurada em data posterior, terá uma festa de abertura com a presença dos artesãos e conhecedores indígenas do Alto Rio Negro, também na terça-feira.

A primeira exposição aborda o universo dos animais e plantas que vivem entre os ambientes aquáticos e terrestres na Amazônia e a presença desses seres no imaginário das populações locais do passado. A exposição ocupa tenda de 300m2 instalada no JB e conta com elementos apresentados ao vivo na própria floresta – em consonância com o projeto conceitual do Musa –, como briófitas e áreas de nidificação de sapos.

Entre as peças que serão expostas, estão aquários com espécies de peixes pulmonados, totens que explicam a respiração dos peixes, painéis que contam a evolução dos anfíbios, uma instalação de cubos que mostra a diversidade de sapos, o jogo do Cururu, que explora a possibilidade de conhecer as espécies de sapo através do canto, além de réplicas de muiraquitãs. A exposição traz exemplos da transição dos seres vivos da água para a terra.

O objetivo é despertar a curiosidade sobre as diferentes estratégias que animais e plantas –  particularmente os casos visíveis na Reserva Florestal Adolpho Ducke – desenvolveram para lidar com a transição entre ambientes aquáticos e terrestres, bem como a percepção humana desses processos. O público são as escolas do ensino fundamental e médio da cidade de Manaus (jovens entre 13 e 17 anos), turistas e visitantes em geral.

A outra exposição, baseada no livro “Gente e Peixe no Alto Rio Tiquié”, do antropólogo Aloisio Cabalzar, apresenta os conhecimentos indígenas e ictiológicos, mitos e conceitos cosmológicos relacionados à origem dos peixes e suas relações com a humanidade. O autor, que é também o curador da exposição, pesquisa há alguns anos a cosmologia dos povos Tukano e seus conhecimentos relacionados aos peixes.

A exposição Peixe e Gente ocupa cerca de 1000 m2 do centro de visitação do Museu da Amazônia, na Reserva Florestal Adolpho Ducke (em duas tendas esticadas na floresta e um pavilhão) e retrata através de mapas, mitos e artefatos indígenas a rica e complexa relação entre homens e peixes no Alto Rio Tiquié, região da bacia do Rio Negro. Objetos de cerâmica e cestaria também compõem o acervo da exposição voltada para o público, em geral, interessado na cultura dos povos indígenas.

As histórias mitológicas contadas na exposição Peixe e Gente estão todas relacionadas aos peixes, assim como os mapas que traduzem as diferentes situações com as quais os indígenas se deparam em períodos de seca e cheia. Nessa relação entre peixe e gente não poderiam faltar utensílios domésticos, tais como balaios, cumatás, aturás, maçaricos, peneiras, abanos, presentes no dia a dia dessas comunidades.

A exposição contará com uma cozinha tipicamente indígena, inspirada nas comunidades Pirarara (Médio Tiquié) e Caruru (Alto Tiquié), onde são preparados os pratos da culinária do Alto Rio Negro. Para tanto, foram adquiridas peças de cerâmica, dentre as quais, panelas, camotis, pratos, forno e potes que costumam ser utilizados em diversas finalidades por essas comunidades.

Para ilustrar ainda mais a relação entre peixe e gente no rio Tiquié, foram trazidas das comunidades Caruru, São Domingos, Bela Vista, São Paulo (etnia Tukano) e São Pedro (Tuyuka, Yebamasã), ou confeccionadas no próprio local da exposição, as armadilhas de pesca utilizadas pelos indígenas. São jequis variados, imihnó (cacuri portátil), esteiras (grandes e pequenas), matapis, caiás e puçás – dispositivos fixos utilizados na captura de peixes.

A equipe que organizou a exposição Peixe e Gente é formada pelos artistas Feliciano Lana e Zeca Nazaré, pelos conhecedores e artesãos indígenas das etnias Tuyuka, Tukano e Yeba masã, do Rio Tiquié, e pelos profissionais do Musa. Os recursos são provenientes da Lei Rouanet e a parceria é do Instituto Socioambiental/ISA.

Foto: Divulgação


Indígenas do AM são incentivados a participar de prêmio nacional

Fonte: acritica.com


As comunidades indígenas do Amazonas começam a ser mobilizadas pelo Governo do Estado para participar da 4ª. Edição do Prêmio Culturas Indígenas. O edital do certame, que vai premiar 100 projetos voltados às práticas que valorizem as culturas tradicionais dos povos indígenas, já foi publicado pelo Ministério da Cultura (MC) e as inscrições começam no dia 5 de novembro e vão até 5 de fevereiro de 2013.

Técnicos da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) estiveram nos municípios de Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte para apresentar informações básicas sobre o prêmio às comunidades do alto Solimões. Aproximadamente 60 indígenas dos povos Tikuna, Kokama, Marubo, Mayoruna e Matis participaram das reuniões. 

Além do apoio na divulgação, a Seind vai realizar oficinas nas regiões do Baixo Amazonas, Purus, alto Solimões, Manaus, alto rio Negro e Região Metropolitana de Manaus, para ajudar na elaboração de iniciativas indígenas, cujas propostas deverão concorrer ao prêmio. “O ministério solicitou o apoio, de forma oficial, na divulgação e na elaboração das iniciativas indígenas, e essas reuniões que tivemos no alto Solimões foram apenas um diálogo inicial sobre a questão”, informou a chefe do Departamento de Promoção dos Direitos Indígenas da Seind (Depi), Rose Meire Barbosa. “As oficinas já começaram a ser elaboradas”, ressaltou.

Homenagem

A edição deste ano do Prêmio Culturas Indígenas homenageia Raoni Metuktire, liderança do povo Mebengokre, conhecido internacionalmente por sua luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação das florestas e dos rios da Amazônia.

Desde 2006, quando foi criado, o concurso já reconheceu 276 iniciativas de fortalecimento cultural. Podem participar do edital, iniciativas indígenas de valorização cultural articuladas coletivamente e aprovadas pelas comunidades e organizações indígenas.

Apoio

A organização proponente desta edição do prêmio é a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), entidade integrante da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). O edital é realizado em parceria com a Petrobras, por meio da Lei Rouanet.